A liderar o clube desde 2011, Carlos Rodrigues está sem soluções para o futuro da Associação Desportiva São Pedro da Cova. A sede e o estádio do clube chegaram a ser leiloados em hasta pública e os jogadores estão sem salários há meses. A única esperança da Comissão Administrativa está agora nas camadas jovens que querem dar nova vida à associação.

Formada em 1937, em solo mineiro, a Associação Desportiva São Pedro da Cova é hoje um clube à deriva. Comprometido financeiramente, a A. D. São Pedro da Cova compete esta temporada na Divisão Elite-Pro Nacional e está atualmente em 16º lugar.
“Tenho dúvidas que o S. Pedro da Cova consiga acabar este campeonato com as dificuldades que atravessa. Neste momento estamos em 16º lugar, com um jogo por disputar com o Leça, que também atravessa um período difícil”, lamenta Carlos Rodrigues, o líder da Comissão Administrativa que gere o clube desde 2011.
Triste com a situação a que a associação desportiva chegou, o presidente da comissão recorda ao Vivacidade a história do clube com mais de 75 anos e com um património avaliado em três milhões de euros, um valor superior aos 150 mil euros necessários para pagar as dívidas às Finanças e aos credores do clube.
Em novembro de 2013, a sede do clube e o estádio foram leiloados em hasta pública. Uma senhora da Maia acabou por comprar a sede social por 11 mil euros, mas “por um minuto” Carlos Rodrigues conseguiu evitar a venda do estádio a uma empresa de construção civil, de Lisboa. “Consegui evitar a venda do estádio por 72 mil euros, porque entreguei nas Finanças um requerimento e agora esse processo está em tribunal. Contudo, se a Câmara de Gondomar não intervir, podemos perder o complexo desportivo para as Finanças”, afirma.
Segundo Carlos Rodrigues, o requerimento serviu apenas para atrasar a penhora e tentar obter o apoio da Câmara Municipal de Gondomar e da Junta de Freguesia de São Pedro da Cova. Questionados pelo Vivacidade, Marco Martins, presidente da Câmara de Gondomar, e Daniel Vieira, presidente da União de Freguesias, admitem a gravidade do problema, mas não prometem soluções a curto prazo.
O plantel sénior, com ajudas de custo em atraso, e cerca de 80 miúdos – benjamins e juvenis – nas camadas jovens, aguardam com ansiedade a promessa de um futuro melhor. A esperança reside agora num novo clube, fundado por dez sócios. A nova instituição, constituída a 13 de dezembro, chama-se Clube Desportivo São Pedro da Cova 1937. “No próximo ano, depois de uma Assembleia Geral aprovada pelos sócios do S. Pedro da Cova, vamos ter as camadas jovens a competir pelo Clube Desportivo São Pedro da Cova 1937, sendo que a A. D. São Pedro da Cova irá continuar de pé, mesmo que desça de divisão”, explica Carlos Rodrigues.