
O Museu Mineiro de S. Pedro da Cova organizou mais uma iniciativa sob a rubrica de “encontra-te com…” no dia 27 de janeiro. Desta vez, a convidada foi Ana Bacalhau, vocalista do grupo português Deolinda. A tertúlia juntou dezenas de fãs da artista e amantes da cultura das minas.
Daniel Vieira, presidente da União das Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova, foi o primeiro a falar para a plateia, numa tertúlia organizada pelo Museu Mineiro de S. Pedro da Cova. Começou por agradecer a presença da artista lisboeta e falou do seu mais recente álbum a solo “15”, a idade com que Ana Bacalhau começou a contar. “A Ana Bacalhau veio combater este amorfismo que se vive atualmente”, afirmou Daniel para o público presente. Depois de algumas notas biográficas, o presidente decidiu não se alongar e dar a palavra à convidada mas não antes de mencionar um comentário no Facebook, feito à iniciativa, por um fã de Ana. “No comentário dizia que um dia a música ficou mais feliz. Eu também considero que a música ficou mais feliz”, rematou Daniel Vieira.
Perante aplausos e algumas gargalhadas, Ana Bacalhau entrou na conversa, explicando que aquilo que sempre a “apaixonou foi a comunicação”. “Adoro estar aqui a comunicar convosco”, disse para o público.
Expondo alguns dos episódios da sua carreira, a vocalista confessou: “Tinha uma pancada por música mas não sabia que podia fazê-la. Fui aprender a tocar guitarra na Junta de Freguesia de Benfica mas não era grande guitarrista e comecei a cantar por cima”, relatou, explanando aquilo que foi o início da sua carreira.
A profissão que sempre sonhou ter era professora de inglês mas nunca o chegou a ser. Em 2006, foi arquivista no Ministério das Finanças mas em 2009 olhou a para a agenda preenchida e decidiu que queria viver da música. “Os meus pais achavam – ironia das ironias – que ser professor era mais seguro do que ser músico”, afirmou, rindo-se.
Ao referir-se à música portuguesa e ao sucesso que alcançou nos últimos tempos, ana Bacalhau expôs a sua alegria pela adesão do público ao projeto Deolinda, quer em Portugal quer no estrangeiro. “A Deolinda é um verdadeiro projeto familiar. Quis ir buscar as raízes portuguesas e trazê-las ao nosso quotidiano. Pensamos que lá fora não iam entender mas, lá fora, tudo se cruza e é mesmo bonita a sensação de sermos acolhidos cá, como lá fora”, comentou. “A música fez-me crescer e aprender muitas coisas”, acrescentou.
A plateia também interveio e colocou algumas questões embrulhadas em variados elogios à vocalista dos Deolinda. Respondendo a algumas das perguntas, Ana Bacalhau elucidou o público referindo que as suas “músicas mais importantes” eram o “Passou por mim e sorriu” e a “Melro”, mas tudo dependia da altura. “É engraçado porque às vezes os nossos gostos pessoais não são os mesmos dos do público. Temos cuidado com isso no nosso alinhamento dos concertos”, acrescentou.
No final, agradeceu o convite e produziu elogios à cultura de S. Pedro da Cova e ao Museu Mineiro, museu esse que visitou momentos antes da tertúlia.