A poucas semanas das Eleições Europeias de 2014, a Junta de Freguesia de Rio Tinto deu continuidade ao ciclo de debates que tem vindo a organizar desta vez com a “Europa em Debate”.
Foi a 25 de março, pelas 21h30, que o salão nobre da Junta de Rio Tinto recebeu algumas dezenas de interessados em debater a Europa e ouvir os oradores convidados. Na mesa estavam João Teixeira Lopes e Marcos Nunes, candidatos ao Parlamento Europeu pelo Bloco de Esquerda e Coligação Democrática Unitária respetivamente, Avelino Oliveira, secretário na Comissão Executiva do Partido Socialista e Nuno Fonseca e Eugénio Saraiva, presidente do executivo e da assembleia de Freguesia de Rio Tinto.

“Um tema central” considerou Eugénio Saraiva, ao referir-se à Europa e ao iniciar o debate, onde aproveitou para mostrar o seu descontentamento em relação ao Partido Social Democrata. “Lamentamos que o PSD não esteja cá porque é importante debater a Europa. No entanto estamos cá nós”, referiu, acrescentando depois que foi “enviado um convite à estrutura do partido” e que o mesmo “primeiro confirmou a presença e depois desistiu no dia do debate”. Nuno Fonseca saudou os presentes, fazendo referência ao “debate de esquerda” e deixando um aviso na sala: “Parece-me que a população anda muito longe das eleições europeias. Arriscamo-nos seriamente a ter um recorde de abstenção”, mencionou.
No debate propriamente dito, João Teixeira Lopes começou por tecer duras críticas ao Tratado Orçamental. “O Tratado orçamental propõe uma espécie de austeridade interna e infinita e assegurará uma Troika implícita ou explicita permanente. O fim do Tratado orçamental é um dos aspetos que nos parece fundamental”, expôs. Da CDU, Marcos Nunes foi claro: “A política europeia e de direita são duas faces da mesma moeda”. “O PCP tem uma outra política para a Europa. Defende uma rutura das políticas nacionais com as políticas europeias”, acrescentou. O socialista Avelino Oliveira voltou a falar na abstenção que considerou “o grande problema nas eleições europeias”. “As europeias são as eleições com o maior índice de abstenção. Porquê?”, questionou e logo de seguida respondeu. “Um maior afastamento da sociedade talvez”, disse. No final ainda adicionou: “Temos que olhar para a dívida de uma forma diferente. Nas próximas europeias o que está em causa é um novo rumo. Nós precisamos da europa. Sem a Europa não conseguimos sair desta crise”.