
No dia 5 de abril, Dia Mundial da Saúde, o Museu Mineiro de São Pedro da Cova organizou uma conferência sobre a silicose, doença profissional associada à inalação de poeiras de sílica e frequente nos operários mineiros. A silicose não tem cura e os principais sintomas da doença são a tosse e a falta de ar.
Para assinalar o Dia Mundial da Saúde o Museu Mineiro de São Pedro da Cova organizou, no dia 5 de abril, uma conferência sobre a silicose – doença profissional muito frequente nos operários mineiros de São Pedro da Cova e associada à inalação de poeiras de sílica que existem nas minas de carvão que laboraram durante quase dois séculos na freguesia.
Manuel Marques, mineiro afetado com silicose, nascido em São Pedro da Cova, em 1926, relatou, num testemunho emocionado, a sua experiência de viver com a doença. Manuel começou a trabalhar com 15 anos na Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova. O esforço e as más condições de trabalho levaram-no a contrair silicose.
Seguiu-se Miguel Domingues, representante da Unidade de Saúde Familiar de São Pedro da Cova, que fez uma introdução ao tema. O médico apresentou os sintomas da doença ocupacional do pulmão – tosse e falta de ar – e apontou as principais causas para contrair silicose. “O trabalho em rochas, mineração, pedreiras e indústrias de cerâmica, entre outras, são as principais atividades de risco. Como a silicose não tem cura, o mais importante é evitar a exposição à sílica”, disse Miguel Domingues.
José Rocha Nogueira, representante da Administração Regional de Saúde do Norte, apresentou depois um enquadramento técnico e normativo da doença. Os resultados da vigilância, dados de 1999 a 2013, apresentam 18,3% de profissionais afetados com silicose.