A Junta de Freguesia e o Movimento em Defesa do rio Tinto uniram esforços e vão, este ano, organizar o dia dedicado ao rio Tinto. O Dia do Rio vai contar com a já habitual caminhada pelas margens do rio [a 8ª], com um debate em torno da temática e com várias outras atividades que incluem a recuperação de um lavadouro da freguesia e ações de sensibilização.
(notícia atualizada em 29-03-2015)
O programa teve início no dia 21 de março com uma plantação de árvores junto às margens do rio Tinto, dinamizada pela autarquia. A iniciativa teve como principal objetivo plantar 30 árvores Quercus Rubra (Carvalho Americano), árvores já com cerca de 3,5 metros de altura na Avenida Dr. Francisco Sá Carneiro, perto da feira de Rio Tinto. Englobada num conjunto de outras atividades, relacionadas com a comemoração do Dia do Rio Tinto [1.º domingo após o início da primavera], a plantação serviu também para assinalar o Dia da Árvore e da Floresta e embelezar umas das principais avenidas da freguesia. Em todas as árvores foi colocada uma placa alusiva à iniciativa onde os cidadãos puderam inscrever os seus nomes de modo a apadrinharem cada uma das árvores plantadas.
“O rio Tinto é o nosso maior ex-líbris e por isso temos que o defender”, apontou ao Vivacidade, o presidente da Junta de Freguesia, Nuno Fonseca.
Quanto aos estudos mais recentes que apontam uma ligeira melhoria na qualidade da água do rio, o autarca afirma: “Prefiro que os estudos apontem para uma ligeira melhoria do que apresentarem resultados piores. O rio precisa de uma mudança radical no imediato.” “Vai haver um conjunto de iniciativas organizadas em parceria com o Movimento em Defesa do Rio Tinto. Para além da caminhada temos este ano a organização de um debate de projeto de despoluição do Rio Tinto com a Universidade Fernando Pessoa, a 2 de abril. Vai também haver uma iniciativa de reabilitação de um lavadouro público por parte da Junta de Rio Tinto e uma sessão de formação para alunos das escolas, para eles perceberem como funcionavam os lavadouros”, acrescenta o autarca. Ainda durante estes dias serão desenvolvidas pela Junta várias sessões de sensibilização nas escolas, uma recuperação de um lavadouro público e uma encenação das lavadeiras com sessão de descritiva para os alunos das escolas.
“A história da cidade está ligada ao rio”, refere o presidente. “Somos uma cidade urbana e o rio atravessa a cidade. Temos que mudar filosofias e acabar com as agressões ao rio”, aponta.
Da parte do Movimento em Defesa do rio Tinto (MDRT), Paulo Silva refere que o principal objetivo destas iniciativas é “sensibilizar a questão do rio Tinto, para agregar as pessoas à volta do rio.” Relativamente à qualidade da água, o porta-voz da MDRT não vê grandes melhorias. “Achamos que a situação está igual, as expectativas de remoção dos efluentes das ETAR’es é que estão a melhorar. Colocá-los no Freixo também é um absurdo”, esclarece. A fiscalização dos pontos de poluição são, de resto, um assunto sensível para o movimento que não entende a falta de interesse de algumas autarquias. “Há iniciativas regulares da CM Valongo e da CM Porto. Faltam iniciativas semelhantes por parte da CM Gondomar e da CM Maia. Há ruas que ainda não têm saneamento. É necessária mais fiscalização porta-a-porta, porque há pessoas com ligações diretas ao rio”, indica Paulo Silva. “A fiscalização das ligações é competência da Águas de Gondomar, mas a empresa chuta a responsabilidade para a CM Gondomar e vice-versa”, acrescenta.