
Os responsáveis do Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto (LIPOR) e da Sociedade Galega do Meio Ambiente (SOGAMA) formalizaram hoje uma parceria que poderá resultar em candidaturas conjuntas a fundos europeus.
A cooperação está a ser promovida pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galicia-Norte de Portugal (AECT-GNP), sendo esta a estrutura, à qual caberá, em Portugal, através da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), ajudar na preparação de candidaturas a futuros projetos conjuntos.
Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da CCDR-N, Carlos Neves, avançou que não se tratará de projetos infraestruturais, mas sim mais do âmbito do conhecimento, divulgação, investigação e formação.
“Estamos a identificar sinergias numa fase em que está a iniciar-se um novo ciclo de fundos europeus. A sustentabilidade é um dos domínios temáticos do Portugal 2020, como deve ser naturalmente na Galiza e em Espanha”, referiu Carlos Neves.
O vice-presidente da CCDR-N vincou que a temática ambiental “une ambas as regiões”, sendo considerada “importante” sobretudo porque “tem que ver com o futuro coletivo de todos”.
Os espanhóis da SOGAMA retribuíram hoje a visita feita à Galiza, em novembro de 2014, por responsáveis do LIPOR, consórcio português que abarca os municípios do Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Valongo, Póvoa de Varzim e Vila do Conde.
À margem desta visita, o responsável da SOGAMA, Javiel Dominguez, avançou à Lusa que uma das suas prioridades nesta “troca de conhecimentos” é “perceber como funciona” a plataforma de compostagem da LIPOR, uma vez que está prestes a iniciar-se na Galiza um projeto idêntico visando o tratamento de 15 mil toneladas de lixo por ano, num investimento de 32 milhões de euros.
Quanto aos contributos que a sociedade galega poderá dar à LIPOR, Javiel Dominguez vincou que a SOGAMA – que opera em 85% dos concelhos da Galiza, o que corresponde a cerca de 2,3 milhões de habitantes – é uma referência em sistemas de valorização energética.
Já a administradora da LIPOR, Joana Felício, destacou “a importância da partilha de projetos e conhecimentos”: “A nível europeu temos metas muito próximas, somos todos tratados de igual forma, e temos diagnósticos muito diferentes, realidades diferentes. Ainda que esta fase seja ainda muito preliminar, acredito que desta parceria saiam projetos comuns que melhorem ambos os sistemas”, concluiu.