
Rui Correia, presidente da Junta de Freguesia da Lomba, é o responsável pela gestão diária dos destinos da freguesia situada na margem esquerda do rio Douro. Ao Vivacidade, o autarca aponta como principal luta deste mandato a necessidade de reverter a “tendência de desertificação” da freguesia.
O Largo José Saramago, local central da Lomba, é o ponto de encontro com o presidente da Junta de Freguesia, Rui Correia, 36 anos. O autarca chega por volta das 9h e começa o dia no edifício que está a ser alvo de uma intervenção de remodelação. “Este edifício é antigo e tinha alguns problemas estruturais como, por exemplo, o balcão de atendimento, que era muito alto e a degradação das paredes. Decidimos realizar esta intervenção e os materiais são facultados pela Câmara Municipal de Gondomar”, começa por explicar ao nosso jornal.
A par destas obras, na parte superior do edifício está também a decorrer uma intervenção de forma a “valorizar o salão nobre da Junta e a criar salas de formações, salas de reuniões, um espaço de arquivo morto e um gabinete para o presidente da Assembleia de Freguesia”, refere.
Após visitar os espaços intervencionados o presidente da Junta, segue-se uma visita à obras da freguesia. “Todos os dias visito as obras todas para verificar o andamento e preparar novas intervenções”, afirma Rui Correia.
Na rua, o presidente da Junta é abordado por vários fregueses que cumprimentam e solicitam novas reparações. Um dos principais problemas da freguesia são as ruas estreitas, com cerca de quatro metros de largura, “desajustadas da atualidade”. Desde o início do mandato socialista, em 2013, esta tem sido uma das preocupações da autarquia que já procedeu ao alargamento de várias ruas de quatro para seis metros de largura.
A medida está também a ser acompanhada pela construção de passeios, decisão que o autarca considera “fundamental para a segurança das pessoas”.
Ao final da manhã, tempo ainda para uma visita ao cemitério da freguesia onde está a ser reformulada a organização das sepulturas. Rui Correia considera a obra “delicada” mas necessária para colmatar “a falta de planeamento existente”. “Até aqui as pessoas andavam por cima das sepulturas, umas das outras”, recorda o autarca.

“Lomba está a perder muitos habitantes”
A tarde começa com uma visita dos idosos do Centro Social de Soutelo ao gabinete do presidente. O grupo canta as Janeiras e faz votos de um bom ano para o autarca e funcionários da Junta. Rui Correia mostra-se agradado com a visita e junta-se ao coro, num momento de festa.
Na Lomba a população é maioritariamente envelhecida e os jovens fogem cada vez mais da freguesia, realidade que o autarca considera “o maior problema da localidade”. “A Lomba está a perder muitos habitantes. É urgente pensar nisto porque hoje é a Lomba que tem este problema mas julgo que, mais tarde, poderá afetar todo o Alto Concelho”, assume o jovem autarca.
Para inverter a tendência atual, Rui Correia deposita esperança num projeto que prevê a construção de seis lotes para habitações unifamiliares num terreno da autarquia, que serão posteriormente vendidos a preço de saldo. Com esta medida o presidente da Junta espera atrair casais jovens naquele que considera ser “um possível primeiro passo para combater a desertificação”. A Junta está já a contactar outros proprietários de terrenos na freguesia para “conseguir novas oportunidades”.
De acordo com o autarca, a mais recente alteração do Plano Diretor Municipal (PDM) colocou “grandes entraves à Lomba, que tem várias limitações legais que não permitem a construção”. As normas definidas prendem-se sobretudo com a área ardida nos últimos 10 anos, condição que impede a possibilidade de construção em grande parte do terreno da freguesia. Contudo, Rui Correia refere, “o PDM não é o problema, o problema é a falta de organização e planeamento do território que não existiu”.
Atualmente, a freguesia da Lomba está a cumprir “um rigoroso plano de prevenção de incêndios” para assegurar “novas oportunidades de construção nos próximos anos”.

Centro Integrado vai transformar-se em espaço de lazer
No lugar de Labercos, o Centro Integrado – edifício que custou cerca de 400 mil euros – está “ainda por concluir”. Rui Correia, em visita ao local, dá a conhecer a intervenção que está a ser realizada no local. “Tínhamos aqui um conjunto de sobreiros que tapava a visão às habitações. Deitamos os sobreiros abaixo e vamos colocar aqui um espaço de lazer com mesas. Este espaço pode também servir para as coletividades da freguesia organizarem iniciativas”, revela o autarca.
No edifício do Centro Integrado da Lomba, poderão voltar a realizar-se aulas de zumba e outras iniciativas da Junta.
Construção da casa mortuária avaliada em 1,5 milhões de euros
A próxima grande obra na Junta de Freguesia da Lomba foi apresentada aos moradores do lugar da Lomba a 29 de novembro. O projeto que prevê a construção de uma nova casa mortuária no Largo de Santo António, está avaliado em 1,5 milhões de euros e teve já o aval do presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins.
Freguesia da Lomba:
A freguesia da Lomba conta com cerca de 2000 habitantes e é a única freguesia de Gondomar situada na margem esquerda do rio Douro. No século XX, a Lomba foi um dos principais portos fluviais e daqui se exportava, para a cidade do Porto, madeira, lenha, carvão e urge. Pertenceu à vila de Melres até 1807, altura em que passou a ser considerada uma freguesia. Atualmente, a praia fluvial da Lomba é um dos locais mais frequentados pelos turistas que visitam o Município de Gondomar durante o Verão.