
A rubrica “Encontra-te com…” regressou, no dia 13 de janeiro, ao Museu Mineiro de São Pedro da Cova. Ilda Figueiredo e Isabel Santos, ex-deputadas do PCP e do PS, respetivamente, falaram sobre a luta pela paz e as respostas humanitárias aos refugiados.
A Paz e os Direitos Humanos foram o tema proposto para debate em mais uma sessão da iniciativa “Encontra-te com…”. Ilda Figueiredo, presidente da Direção Nacional do Conselho Português para a Paz e Cooperação, e Isabel Santos, vice-presidente da Comissão de Democracia, Direitos Humanos e Questões Humanitárias da Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE) debateram os temas “A luta pela paz: liberdade e democracia” e “Refugiados: respostas humanizadas”, respetivamente. Daniel Vieira, presidente da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, moderou a conversa e lançou o debate.
“Nos últimos anos temos assistido ao crescimento do número de refugiados e à construção de um discurso em torno desta crise, com preconceitos e estereótipos a propósito deste tema, por isso este é um assunto que merece ser abordado nesta rubrica”, disse o autarca no início do debate.
Ilda Figueiredo levou ao Museu Mineiro de São Pedro da Cova a sua experiência como eurodeputada que contactou com a realidade de vários países do Médio Oriente. “Se temos refugiados é porque essas pessoas fogem de algo, normalmente de uma guerra que não tem culpa sua. Recordo-vos que o desastre do Médio Oriente começou com a mentira da Guerra do Iraque. Infelizmente, desde a 2ª Guerra Mundial que não existiam tantos deslocados. Hoje são mais de 50 milhões de pessoas. Uma parte chegou à Europa e outra acabou por morrer no caminho”, apontou a convidada.
Já Isabel Santos evocou o “esforço conjunto necessário para a resolução deste problema”. “Há na Europa um movimento em escalada da extrema-direita contra os refugiados. Este ano, há eleições nas potências europeias e a questão dos refugiados vai certamente marcar o debate político na França e na Alemanha”, referiu.
Segundo a representante da OSCE, 86% dos refugiados estão em países em vias de desenvolvimento, “sem o mínimo de condições”. “Os restantes 14% procuram países industrializados como os EUA e Canadá, porque a União Europeia tardou, e continua a tardar, na resposta”, concluiu a convidada.