A Academia de Ginástica Paulo VI foi criada em 2010 pelo professor e treinador da Academia, Pedro Santos. Face às vitórias que tem tido a nível nacional, sendo campeões nacionais nas quadras masculinas séniores em 2017/2018, vice-campeoes nacionais em pares mistos em 2021/2022 e campeões nacionais em pares masculinos seniores em 2022/2023, o Jornal VivaCidade esteve à conversa com o criador da Academia.
Qual foi o motivo para terem criado esta academia?
Foi uma questão de necessidade e pelo caminho que se estava a fazer. O colégio tinha desporto escolar e no desporto escolar abriu-se a modalidade de ginástica acrobática as coisas começaram a correr bem, a adesão dos alunos foi grande. Terminamos o primeiro ano com 30 alunos, o segundo com 60 e começamos a achar que estava a entrar muita gente e começamos a ver que tínhamos muito potencial para evoluir nesta modalidade. Em 2015 quisemos federar, ter mais treinos e o Colégio Paulo VI ajudou no financiamento para adquirir mais material e a partir daí começamos a ter outra progressão.
Só os alunos do Colégio é que podem fazer parte desta Academia? Como é que funciona o processo de inscrição?
Não, temos alunos de outras escolas. O conhecimento poderá partir das redes sociais, do Instagram, Twitter, Facebook, muito provavelmente começa por aí. Mas também já são tantos anos de clube que o passa palavra é também uma maneira fácil da informação chegar. Este clube não é só para alunos do colégio, qualquer pessoa pode aderir e fazer parte desta Academia que é só de ginástica acrobática, para já.
Como é que vêm o facto de a Academia ter vindo a ganhar prémios a nível nacional e já ser um nome de peso nesta modalidade?
Nós começamos do zero, em 2010, começamos com um projeto pequeno, mas com o trabalho, o facto de ter tirado o curso de técnico de grau 1 e 2, e ter mais formação e conhecimento, as coisas foram andando até os resultados começarem a aparecer. E depois na época de 2015/2016 nós fomos campeões em desporto escolar, e a partir dai senti que eles perceberam que a partir dali podia surgir um campeão nacional.
Como é que uma pessoa se pode inscrever para praticar a ginástica acrobática, há algum critério?
Claro que tem haver um mínimo de flexibilidade e força, mas a parte boa da ginástica acrobática é que qualquer pessoa se pode enquadrar em cada um dos papéis. Podem começar em volante e ir para base, como ser base e ficar base. Não tem de haver um caminho pré-feito. Claro que há coisas que se trabalham. Quanto mais cedo melhor, porque acabam por passar por todas as fases.
Como é são realizadas as coreografias, vocês criam ou já á uma predefinição?
Uma coreografia tem elementos. No caso da ginástica acrobática tem elementos estáticos que são figuras construídas e têm de ficar quietos pelo menos 3 segundos e tem os elementos dinâmicos, que são os momentos em que o volante “voa”. No desporto escolar é uma coreografia com estas duas condições de dinâmica e equilíbrio. No federado existem os dois de dinâmico e equilíbrio, mas os elementos estão lá. A escolha deles tem a ver com a capacidade que tenham. Há um regulamento para construir uma figura à imagem que queremos. Se dá para construir figuras novas? Dar dá, mas é muito raro. Além da imaginação para as figuras eles também têm de confiar uns nos outros para que a imagem se construa, principalmente tem de haver um grau de confiança grande entre o base e o volante. A confiança ganha-se dependendo do treino que tenham feito.
Quantos treinos é que têm por semana?
Treinamos todos os dias, menos ao fim de semana. A classe de competição porque a ginástica é dividida em classes. A classe de competição tem treino todos os dias das 18h30 às 20h45.
Quais são os objetivos a curto, médio e longo prazo?
A Academia já foi campeã nacional em quadras masculinas em 2017/2018, nós nem achávamos que fossemos chegar lá. Obviamente, se calhar um objetivo a curto prazo é atingir isto mais vezes. Para nós é mais interessante as pessoas nos conhecerem por nos verem nas fases finais ou nos pódios e o nome já vai ficar consolidado na cabeça das pessoas do país, dos outros clubes e saberem quem nós somos. A curto prazo o nosso objetivo é manter-nos a atingir pódios e continuar, se possível, a ser campeão nacional. Se possível, a médio prazo, também fazer provas no estrangeiro. A longo prazo, e não queria que fosse muito longo (risos), era que começássemos a ter um espaço próprio de treino, mas sempre com a parceria do Colégio.
A quem gostaria de agradecer?
Sem dúvida aos diretores do colégio à Doutora Dulce Machado e ao Engenheiro Rui Castro, sempre estiveram do nosso lado e sempre nos apoiaram independentemente se isto ia dar ou não certo, sempre nos disseram que sim. E, também, aos treinadores da Academia, ao Bruno e à Daniela, à Catarina Yé e ao João Martins que são juízes e atletas também e foram vice-campeões nacionais o ano passado e ajudam-nos imenso na questão dos regulamentos. E sem esquecer dos pais dos atletas, que têm sido fantásticos nas iniciativas e apoio na organização de provas e eventos.