Nuno Fonseca, presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, é responsável pela gestão diária da freguesia que representa cerca de um terço do território de Gondomar, por isso o autarca não tem mãos a medir para servir os riotintenses. O Vivacidade acompanhou um dia na vida do político.
O relógio marca 8h30 e Nuno Fonseca, presidente da Junta de Rio Tinto, já está sentado no gabinete presidencial do edifício da Junta riotintense, ritual diário que o autarca gosta de cumprir enquanto lê as notícias do dia, responde a e-mails e despacha documentos dos serviços técnicos e operacionais. Por norma, terça-feira – dia em que foi feita esta reportagem – é dia de audiências com os habitantes da freguesia que expõe ao presidente os seus problemas. Contudo, não estavam marcadas audiências para este dia.
“Hoje estaria aqui a manhã toda mas como não temos audiências marcadas vou optar por visitar algumas obras que estão a decorrer na freguesia porque temos várias equipas na rua. Sou muito interventivo nessa área e gosto de acompanhar os meus homens”, começa por dizer ao Vivacidade.
A primeira paragem é junto à estação de metro da Campainha onde está a ser pintada a sinalização horizontal de entrada e saída de uma rotunda. “Temos que estar sempre na vanguarda e em Rio Tinto gostamos de desbravar caminho. No caso das pinturas de estrada somos pioneiros porque formamos uma equipa própria para o efeito”, refere o presidente enquanto assiste os funcionários na fluidez do trânsito.
Concluída a obra o autarca segue para o estádio do Atlético de Rio Tinto, onde estão quase concluídas as obras de remodelação do equipamento desportivo. A empreitada está a receber apoio da Junta de Freguesia. “Estamos a pintar o estádio todo e a fazer um jardim junto às áreas técnicas que não estava pensado inicialmente”, explica Nuno Fonseca.
Junto ao estádio, os funcionários da Junta limpavam as margens do rio Tinto, operação realizada todos os anos para retirar a vegetação acumulada no leito do rio.
“Todos os anos, e sempre que é necessário, temos esta preocupação”, aponta o presidente da Junta.
De regresso ao edifício da autarquia local, por volta das 12h, é tempo de sentar à mesa com os funcionários da Junta. O hábito enraizado de comer uma sopa com a equipa que trabalha diariamente nas obras da freguesia tem “grande importância e até serve para aguentar melhor a fome até à hora de almoço”, diz o presidente.
Universidade Sénior de Rio Tinto é “motivo de orgulho”
A tarde tem início no Centro Cultural de Rio Tinto, onde estava agendada uma reunião da Universidade Sénior de Rio Tinto (USRT) com a diretora da instituição, Conceição Loureiro. O projeto é “motivo de orgulho” para a Junta de Rio Tinto e arranca o segundo ano letivo com mais de 350 alunos inscritos em várias disciplinas. “A entrada deste número de pessoas vai servir para manter e solidificar o projeto. A USRT é caso inédito e tem um crescimento muito assinalável. Sabíamos que iríamos ser uma Universidade grande mas não imaginávamos crescer tanto no espaço de um ano”, confessa o autarca.
A Junta investiu na USRT cerca de 70 mil euros. O projeto englobou também a criação de novas valências como uma rampa de acesso exterior e interior ao edifício para pessoas com mobilidade reduzida, um espaço de convívio para os alunos e a aposta em equipamentos de informática e um laboratório de fotografia.
“Está aqui um esforço financeiro significativo para o orçamento da Junta mas é essencial para a qualidade que queremos implementar”, afirma o presidente.
Segundo Nuno Fonseca, as disciplinas mais requisitadas são informática, inglês, espanhol e fotografia.
Visita ao Centro Escolar da Venda Nova
Ainda durante a tarde, o autarca deslocou-se ao Centro Escolar da Venda Nova. No local, Nuno Fonseca idealizou uma das próximas empreitadas a realizar pela Junta, a criação de um coberto com 2,5 metros de altura com o objetivo de proteger pais e alunos dos períodos de chuva. “A obra será feita pela Junta e a compra do material fica à responsabilidade de um esforço conjunto da Associação de Pais e do Agrupamento de Escolas”, explica ao Vivacidade.
Cemitério n.º 1 vai ter mais ossários
De visita ao cemitério n.º 1 da freguesia, situado nas traseiras da Igreja Matriz, Nuno Fonseca pondera já a próxima expansão de ossários. “No primeiro ano de mandato resolvemos um problema de falta de espaço com a limitação das remissões. Por um lado todos têm lugar nos cemitérios de Rio Tinto, por outro isso está a criar-nos problemas de falta de ossários em relação ao número de solicitações que temos”, diz Nuno Fonseca. Assim, o cemitério n.º 1 de Rio Tinto deverá ter brevemente mais ossários à disposição dos riotintenses.
Dia termina na Quinta das Freiras
Ao final da tarde, ainda há tempo para uma visita à Quinta das Freiras, espaço que o autarca gostaria de ver cedido à Junta de Rio Tinto. “A passagem deste equipamento para a Junta sempre se justificou. Existe esse compromisso mas julgo que está na hora de começarmos a falar seriamente sobre isso”, reitera o autarca.
Caso aconteça, Nuno Fonseca promete uma gestão “mais pensada e dinamizada” da Quinta das Freiras, espaço que, na opinião do presidente da Junta, “está degradado e precisa de uma manutenção mais séria” para bem da comunidade.
O dia do presidente terminou perto das 22h com a entrega de prémios do Concurso de Fotografia da VI Medieval de Rio Tinto. Os trabalhos estão em exposição no piso 1 do Parque Nascente.
“A minha maior dor de cabeça é não ter mais funcionários”
Sobre a delegação de competências e acordos de execução com a Câmara Municipal de Gondomar, Nuno Fonseca não tem dúvidas, “a minha maior dor de cabeça é não ter mais funcionários para fazermos mais obras”, admite o autarca. O presidente da Junta de Rio Tinto considera que “tem existido um investimento do Município em Rio Tinto”, mas lamenta o “grande esforço financeiro” imposto pelos contratos com a autarquia. “Nesse aspeto julgo que ficamos a perder”, conclui.
Para melhorar a qualidade das empreitadas realizadas pela Junta, Nuno Fonseca contratou um engenheiro e uma arquiteta responsáveis pelas obras. “Uma Junta com este tipo de intervenção tem que estar noutro patamar”, reivindica o político.